Michael Jackson Conspiracy por Aphrodite Jones

[ quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 | 0 comentários ]





Michael Jackson Conspiracy

 

Livro escrito pela jornalista Aphrodite Jones trás um relato honesto sobre o que aconteceu durante o julgamento de Michael Jackson, que foi acusado, e absolvido, de 14 acusações criminais em 2005. Além de revelar e analisar de forma corajosa e sincera a cobertura infiel que a mídia deu ao caso, sendo a própria Jones um membro dessa mídia sedenta pela ruína do grande ícone da música. Leia e saberá por que ela mudou radicalmente de opinião, após o julgamento de Michael.

Daniela Ferreira

 

 

Traduzido por Daniela Ferreira, daneJackson, para o blog Michael Jackson: O Lado Não Contado da História

 

 

MICHAEL JACKSON CONSPIRACY

 POR

APHRODITE JONES

 

PREFÁCIO

 POR

TOM MESEREAU

 

 

 

 

Ao meu querido, precioso John,

o amor da minha vida

 

 
 

“Viver seria uma grande aventura.”

Peter Pan
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Nota da autora

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Nota da autora





 

No dia em que Michael Jackson foi absolvido, a estrela da FOX, Bill O’Reilly, pergunto-me o que eu realmente pensava sobre o veredito. Por meses, eu tinha comentado sobre o julgamento para a FOX news, dizendo muitas coisas contra Michael Jackson, induzindo os telespectadores a acreditar que o por star era culpado. Quando O’Reilly pressionou-me a dar uma resposta sobre o veredicto “inocente”, eu estava balbuciante. O’ Reilly queria uma resposta direta e eu, finalmente, disse que o júri tinha feito a coisa certa.

Mas parte de mim ainda estava em choque.

Como eu fiz em um de meus comentários públicos no caso, eu percebi que eu tinha me tornado uma dos membros da mídia que tinha previsto o resultado do julgamento erroneamente. Muitas pessoas em minha volta estavam tão certas da culpa de Jackson. Certas coberturas jornalísticas da TV e rádio tendiam de acordo com a promotoria e eu era uma dessas pessoas que seguiam aquela perigosa tendência.

De qualquer forma, eu estava errada quanto à verdade.

Quando eu li os relatos dos veredictos INOCENTE em todos os jornais, eu me senti envergonhada por ter sido parte da máquina midiática que parecia determinada a destruir Michael Jackson. Depois de pensar sobre isso por poucas horas, eu contatei o primeiro jurado, Paul Rodriguez, que me falou que Michael Jackson verdadeiramente não era culpado das acusações. Ele sentia que Jackson fora vítima da imprensa.

Escrever um livro sobre a inocência de Jackson nunca tinha passado pela minha cabeça, não durante o julgamento em Santa Maria. Eu respeito Tom Mesereau como advogado e entendi porque o júri votou inocente em todas as acusações, mas eu não tinha intenção de revelar minhas próprias coberturas tendenciosas. Além disso, eu certamente não queria expor nenhuma de meus “amigos” da imprensa como sendo parcial e desonesto.

Para tornar isso claro: Havia duzentos membros credenciados da mídia no julgamento e menos de um punhado dessas pessoas admitiam a deliberada intenção de retratar Michael Jackson como culpado. Alguns desses membros da mídia faziam parte de meu círculo pessoal. Eu não darei nomes a nenhuma pessoa da imprensa neste livro, além de Martin Bashir, porque seria de mau gosto apontar o dedo. Telespectadores que viram o julgamento sabem quem são os culpados.

Eu devo admitir que houve um momento durante o julgamento quando eu comecei a me sentir triste por Michael Jackson. Quando eu senti que todo o mundo midiático estava contra ele. Eu queria que os fãs soubessem que eu não estava feliz com a cobertura da imprensa e decidi ir até os portões de Neverland para fazer as pazes com os fás. Eu fui dizer àquelas pessoas que eu não estava sendo injusta com Michael, que eu estava apenas relatando os fatos. Eu tentei convencê-los de que eu não tinha um interesse.

Mas os fãs não acreditaram em mim. Eles viram meus noticiários e muitos pensaram que eu estava mentindo. Eu fiquei quieta por um minuto, tentando dizer a eles que eu não iria manchar Jackson, mas eles não estavam interessados.

Como eu escutei aqueles fãs, que vieram de lugares como a Espanha, Irlanda e até Irã, eles me contaram o lado deles da estória. Eu os ouvi insistir que a imprensa americana era podre, que os americanos odiavam Michael Jackson por todas as razões erradas. Algumas pessoas até trouxeram cartão de corrida. Outros falaram que a amizade de Michael com crianças era aceitável em qualquer parte do mundo, exceto na América.

Os fãs dele me impressionaram. Sim, havia pessoas superzelosas _ uma mulher me chamou de prostituta em espanhol _ mas ao mesmo tempo, muito de seus apoiadores eram pessoas de bom coração. Muitos queriam dar a mim o benefício da dúvida.

Eu apreciei isso.

Eu tirei fotos com alguns fãs na frente dos portões de Neverland, que tinha sido coberto de corações por aqueles que amavam Michael, Depois de um tempo, um pequeno grupo de nós começou a caçoar do clã Arviso e do louco vídeo de refutação deles. Nós estávamos imitando Janet Arvizo, quem, na gravação, apoiava Michael Jackson como sua única “família”. Na fita de refutação, Janet se perguntava por que, depois da entrevista de Bashir, tantas pessoas de repente mostraram preocupação e interesse por ela, quando, realmente, apenas Michael foi generoso com a família dela.

Em uníssono, nós repetíamos as frases de Janet:

“Onde eles estavam, quando eu não podia alimentar meus filhos com nada além de uma caixa de cereal?”

“Onde eles estavam, quando meus filhos e eu chorávamos?”

“Onde eles estavam, quando meus filhos e eu estávamos sozinhos”.

“Onde eles estavam, quando eu não tinha dinheiro o bastante para pagar a passagem de ônibus”.

“Onde eles estavam?”, nós perguntávamos de novo e de novo, e nós riamos das bobagens melodramáticas de Janet.

Em razão dessa visita à Neverland, minha reportagem mudou ligeiramente. Eu me tornei mais aberta à ideia de que Michael Jackson era inocente e eu tentei ficar longe de comentários negativos que enchiam muitas de meus primeiros noticiários. Não apenas eu tinha sido parcial na TV, eu tinha contribuído para o programa de rádio de Michael Reagan (o filho adotivo do presidente Ronald Reagan) e tinha gastado semanas no programa nacional de Reagan. Massacrando Michael Jackson.

Se havia uma conspiração da mídia, eu era culpada.

Algumas semanas depois, quando todos os caminhões da TV deixaram Santa Maria, eu me encontrei sozinha lá, perdida sem a presença de Michael, perdida sem ter o conforto de meus “amigos” da imprensa para me ajudar a atravessar outro dia. Eu estava chateada.

Santa Maria era um lugar agradável, mas se tornou uma concha vazia para mim. O “evento” de Jackson tinha acabado e eu me tornei uma estranha em uma cidade pequena. Eu pensei sobre os amigos da mídia e percebi que muitos deles não eram amigos coisa nenhuma. Eles usaram minha entrada e já tinha saído em busca da próxima estória quente. Alguns estavam transmitindo ao vivo de Aruba, em busca de uma adolescente desaparecida.

Por sorte, eu não estava preocupada com os novos petiscos. Eu tinha uma grande imagem na minha cabeça e tinha compilado todos os tipos de dados. Eu continuava querendo escrever um livro sobre Michael Jackson, porque, antes de tudo, eu não estava no julgamento simplesmente para relatar as notícias, eu estava, primeiramente, como uma autora.

Como eu estava no julgamento como uma jornalista free-lance para a TV, eu estava por minha própria conta para sair, para ter tudo enviado para casa. Andando por Santa Maria, com meus pensamentos, tentando determinar o que fazer com toda a documentação e pilhas de anotações que eu tinha escrito sobre o julgamento, eu decidi enviar tudo, somente para o caso do livro se materializar.

Quando eu fiz minha jornada de volta á Costa Oeste, eu pensei sobre o desperdício financeiro que tantas pessoas, especialmente os contribuintes da Califórnia, tinham sofrido. Seria impossível calcular o montante exato de dólares que foram desperdiçados, mas os números estão por volta de milhões. O julgamento de Jackson foi um dos maiores acontecimentos na história dos Estados Unidos. O montante de dinheiro gasto com segurança por si só, foi simplesmente um ultraje.

Eu considerei caro a “taxa de impacto” que eu tive que pagar a Santa Maria, uma coisa que eu nunca encontrei em nenhum julgamento que eu compareci na história de minha carreira como escritora criminal. Eu me perguntei, por que eu tive que pagar tanto dinheiro para ficar e assistir a um processo público que supostamente deveria se aberto a qualquer contribuinte da Califórnia.

E, finalmente, eu me perguntei, por que alguns do pessoal na grande mídia pareciam pensar em mim como “menos” que um jornalista, quando havia pessoas, como Márcia Clarck, que sem sucesso processou O.J. Simpson, do lado de fora da corte de Santa Maria como uma jornalista para o Entertainment Tonight. Era inacreditável para mim que certas redes de talentos viam-me como incapaz de fazer um trabalho jornalístico para a TV. Embora eu tenha sido uma jornalista e comentarista de TV por anos. Durante todo o julgamento de Jackson, eu sabia que eu era mal-falada pelas costas. Às vezes, eu era verbalmente agredida por jornalista diretamente na minha cara.

Eu me perguntei por que eu passei por tanto drama, gastos e agonia Tudo por nada. Quando eu viajei para New York, eu descobri que nenhuma editora americana queria tocar em um livro sobre Michael Jackson, muito menos um que contaria o lado de Jackson da estória.

Eu fiquei devastada.

Mas então eu pensei em Michael.

Eu me perguntei como ele tinha se sentido, e percebi que ele era aquele que tinha sido lançado ao inferno. Ele era aquele que tinha sido sujeitado à máquina da mainstream mídia que o queria destruído. Ele era aquele de quem as pessoas falam mal pelas costas.

Menos de um mês depois da absolvição dele, eu soube que Jackson e seus três filhos e a babá, estavam partindo para o Reino Golfo Pérsico do Bahrain e eu entendi por quê. Pelo menos, como um convidado da família real do Sheik Abdullah, Jackson teria sua privacidade de volta e poderia encontrar uma forma de se recuperar, para relaxar e pensar em um retorno.  Declaradamente o pop star foi convidado a abrir um vinhedo ou um parque de diversões, mas Jackson não estava interessado. Michael Jackson tinha grandes planos, mas no momento, ele só queria deixar o pesadelo para trás.

Meses depois eu contatei o juiz Rodney Melville que escreveu uma ordem judicial permitindo que eu revisse e fotografasse todas as evidências do julgamento criminal. Eu gastei tempo fazendo várias viagens a Santa Maria, analisando documentos, colhendo fotos da privada Neverland de Michael, gravando todas as evidências que eu tinha visto durante o julgamento, requerendo cópias das transcrições.

Eu tive uma epifania quando em estava no porão do complexo da Corte Superior de Santa Maria, revendo horas de filmagens nunca mostradas. Com uma funcionária da corte monitorando minhas anotações, eu pausei no momento em que o acusador disse ao policial que ele “não tinha certeza” sobre certas coisas. Eu revi a gravação da entrevista do policial com o acusador e perguntei a funcionária da corte o que ela pensava daquilo. Eu queria saber se ela tinha filhos, se garotos de treze anos já sabem sobre a sexualidade deles. A funcionária da corte olhou para mim e balançou a cabeça.

“É claro que garotos sabem disso”, ela disse, “certamente, na idade de treze anos.”

Com isso, eu tive minha resposta. Eu decidi contatar um advogado de Jackson, Pearl Jr., que também tinha me encorajado a escrever o livro sobre o julgamento de Jackson, de qualquer modo, eu continuava sentindo que iria lutar uma árdua batalha.

Poucas semanas depois, eu encontrei Tom Mesereau, não uma, mas duas vezes. E eu tomei isso com um sinal.

Eu senti que, não importava o que a mídia, os céticos, e até mesmo meus amigos e familiares tinham a dizer, eu precisava me levantar por Michael Jackson. Quando comecei a escrever, percebi que as pessoas em todos os lugares estavam fazendo piadas de mim. Um livro pró-Jackson? Impossível.

Quanto mais as pessoas me provocavam, me incitavam, mas furiosa eu ficava. Como eu lutei por milhares de páginas de transcrição do julgamento, com pessoas me desencorajando no início, eu comecei a pensar que o livro nunca seria feito. Isso se tornou meu trabalho mais árduo e, às vezes, parecia que eu tinha o mundo nos meus ombros.

Eu me perguntei se Michael tinha vivido sua vida desse jeito.

Para manter meu espírito elevado, eu continuei pensando em Michael dizendo olá para mim durante o julgamento. Isso aconteceu no hall durante um intervalo, e u estava olhando para ele como se ele fosse uma figura de cera. De repente, Michael olhou para mim e disse “Ei!”

Quando ele falou, isso me assustou.

Ele estava sendo engraçado, e eu adorei.

As pessoas sempre me perguntam se eu conheci Michael, e eu digo a elas que sim. Mas, na verdade, eu nunca me apresentei a ele e, certamente, ele não me conhecia.

Uma única vez eu fiz a ele uma pergunta para a imprensa. Isso foi no começo, quando Jackson ainda estava respondendo às perguntas da imprensa e eu perguntei a ele se estava falando com seus fãs nos portões de Neverland. Michael já tinha passado pela multidão da imprensa, mas ele se voltou, olhou para mim e disse: “Eu amo meus fãs, eu amo meus fãs!” Era como se eles fossem as únicas pessoas que importavam.

Eu espero que este livro atinja mais que os apoiadores de Jackson e pegue milhões de pessoas que tem sido crédulas em relação aos tabloides, demais. Se a verdade prevalecer, de um jeito ou de outro, as pessoas irão abrir seus corações.

Aphrodite Jones

1º de março de 2007

 

 

 

 
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Prefácio

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Prefácio

Quando eu observei a jornalista Aphrodite Jones pela primeira vez na Corte de Santa Maria, Califórnia, no caso de Michael Jackson, eu tomei outra direção. Eu não queria nada com a senhora Jones. A primeira vez que meus olhos viram a senhora Jones, eu lancei a ela um profundo e gelado olhar. Se um olhar pudesse matar, ela estaria enterrada.

Eu associava à senhora Jones a força destruidora da mídia internacional que estava fortemente determinada em ver Michael Jackson ser condenado e destruído. Nunca em minha vida ou carreira eu estive no meio de tão louca, desonesta e manipulativa informação frenética. Apesar da presença de muitos jornalistas honrados, o fantasma do lucro parecia assombrar muito do que era verdadeiro, preciso e acurado.

Aproximadamente um ano depois que Michael Jackson foi absolvido, eu inesperadamente encontrei a senhora Jones em uma galeria de arte em Beverly Hills, celebrando a publicação de uma série de esboços de alto perfil. No começo, eu tive uma leve discussão com a senhora Jones. Eu disse a ela que eu tinha assistido à televisão durante o julgamento de Scott Peterson e a observei agressivamente colocar sua cabeça no ombro do advogado de defesa, Mark Geragos. Isso apareceu em um dos noticiários sobre o julgamento de Peterson e, em minha opinião, pareceu horrível para o acusado. Nada disso aconteceria comigo.

A senhora Jones me disse que entendia completamente e respeitava muito meu estilo e minha abordagem na defesa de Jackson. Ela me disse que estava repensando a forma como a mídia tratou e relatou no caso de Michael Jackson. Ela sempre demonstrou que se sentia um pouco culpada pelo jeito como ela tinha sido conquistada pelo frenesi da mídia em retratar Michael Jackson da pior forma possível. Jones disse que estava pensando em escrever um livro verdadeiro sobre a realidade do julgamento de Michael Jackson e a distorção de muitas das reportagens da imprensa.

Quando Aphrodite Jones me perguntou se ela poderia me entrevistar para este trabalho eu estava cético. Minha parceira jurídica e co-defensora no caso de Michael Jackson, Suzan Yu, estava certa de que eu não deveria participar do projeto literário da senhora Jones. Porém, alguma coisa me dizia que a senhora Jones estava sendo sincera, corajosa, e profissional, em seu desejo de relatar o processo de Michael Jackson.

Eu fui entrevistado por Jones e revi alguns dos primeiros rascunhos do proposto livro dela. Surpreso pela sinceridade dela e seus esforços de ir contra o cerco da mídia a Michael Jackson e dizer a verdade, eu concordei em ajudar, pois esse projeto era honesto. Eu recusei-me a dizer a ela o que escrever e como escrever e não tenho nenhum interesse financeiro ou de lucro neste livro ou prefácio. Como uma pessoa que realmente acredita no poder e valor das ideias e divergências, eu aprecio pontos de vistas diferentes do meu, desde que eles sejam íntegros, inteligentes e de informações seguras. No caso de Michael Jackson, a maior parte das conclusões da imprensa era superficial, equivocada e interesseira. Eu sei do fundo do meu coração que Michael Jackson não era culpado de nenhuma daquelas terríveis acusações.

Meu propósito ao escrever esse prefácio é sublinhar o quão importante é relatar de forma honesta, como funciona nosso sistema judicial. Nos últimos quinze anos a sociedade americana tem sido crivada por informações da mídia sobre julgamentos de alto-perfil. Coberturas televisivas, documentários, reconstituição, séries de televisão, filmes e livros (ficção e não-ficção) tem encontrado uma audiência massiva quando o assunto é nosso sistema judicial. O montante da receita_ literalmente bilhões de dólares_ que foi gerada ao redor do mundo é impressionante. É fundamental que profissionais do jornalismo mantenham seus valores e ética no meio dessa grande explosão. Eu acredito que isso não aconteceu, na maior parte, no julgamento de Michael Jackson.

Quando mais de setenta policiais de Santa Bárbara invadiu a casa de Michael Jackson, o rancho Neverland em novembro de 2003, eu estava voltando a Los Angeles de muito necessárias férias. Eu estava no estágio final da preparação da defesa do ator Robert Blake, que foi acusado de matar a esposa. Poucos minutos depois de religar meu celular, depois de nove dias de descanso, eu comecei a receber ligações dos associados a Michael Jackson. Eles queriam que eu voasse imediatamente para Las Vegas e me tornasse seu advogado.

Eu recusei a oferta porque eu senti que não poderia cobrir de forma ética o caso de Blake e Jackson ao mesmo tempo. O julgamento por homicídio de Blake estava marcado para fevereiro de 2004 e iria consumir todo o meu tempo. Eu consegui libertar Robert Blake da prisão em uma audiência preliminar, quando todos os especialistas da América diziam ser impossível. Eu consegui que a conspiração contra ele fosse rejeitada em uma audiência subsequente e estava pronto para mudar a opinião do público em favor dele depois do interrogatório das testemunhas criminais em uma audiência televisionada. Eu estava convicto de que ele seria absolvido.

Três meses depois de ser convidado para me tornar advogado de Michael Jackson, na véspera do julgamento de Blake, Robert e eu tivemos um sério desentendimento, que o juiz do processo não poderia resolver. Eu me retirei da defesa. Aproximadamente cinco meses depois, Randy Jackson, irmão de Michael, ligou-me e perguntou-me se eu não reconsideraria. Eu conhecia Randy há anos, e nos encontrávamos socialmente, de vez em quando. Eu disse a Randy que eu estava livre e desejava encontrar Michael Jackson. Randy arranjou para que eu voasse até a Flórida com esse propósito e o resto é história. Todas as nossas vidas foram radicalmente mudadas pelo pedido de Randy.

Antes de entrar para o caso de Michael Jackson eu estava estarrecido, sobretudo, pelos amadores em torno da defesa. Os advogados deles estavam voando para Santa Maria em jatos particulares e pareciam estar se divertindo muito. Michael estava atrasado para seu primeiro comparecimento, marchou em cima de uma SUV para seus fãs e deu uma festa para a mídia, em Neverland, mais tarde naquele dia.

Um encontro com os conselheiros financeiros e jurídicos de Jackson, que nos noticiários locais eram chamados de “Dream Team” de Michael, foi realizado no elegante hotel Beverly Hills. Michael Jackson e seus advogados apareceram no programa “60 Minutos” com resultado desastroso, e os detalhes da proteção da “Nação Islã” a Jackson estava recebendo publicidade dramática na conservadora comunidade de Santa Maria. Eu não gostava de nada disso.

Eu decido acabar com tudo. Eu me opus à presença de câmeras e apoiei a ordem judicial de mordaça e vedação às peças processuais lascivas. Eu removi indivíduos provocativos da defesa, imediatamente ou gradualmente. Obviamente, pessoas em que eu não confiava ficavam de fora de encontros importantes e tinham acesso negado às importantes informações. Meu foco eram treze pessoas, o juiz e os doze jurados. Eu gostei da comunidade de Santa Maria, a qual meus instintos me disseram, seria justa com Michael.

A defesa de Michael Jackson tinha de lidar com três primeiros desafios: a acusação, a mídia e a legião de conselheiros medíocres que cercavam o vulnerável e inocente Michael Jackson. Eu estou feliz em dizer que nós tivemos sucesso em lidar com os três obstáculos.

A acusação gastou mais dinheiro e tempo tentando condenar Michael Jackson que qualquer outra promotoria na história. Nos início dos anos 90, o promotor Tom Sneddon convocou dois Grandes Júris para investigar e indiciar Michael Jackson. Os dois recusaram acusar Michael de qualquer crime. Na metade dos anos 90, o senhor Sneddon viajou pessoalmente a pelo menos dois países procurando por alegadas vítimas de Michael. Ele não encontrou nada.

Sneddon criou um web site no departamento de polícia de Santa Bárbara para informações sobre Michael Jackson e contratou uma firma especializada para cuidar do site. Isso foi um absurdo.

Em 2004, um terceiro Grande Júri foi montado neste caso e Michael Jackson foi indiciado. A acusação tinha nove especialistas em impressão digital neste caso_ mais do que eu tinha visto em qualquer caso de pena de morte_ as impressões digitais não deram em nada. Eles imprudentemente contrataram todos os conceituados especialistas em qualquer área, como reconstrução de acidentes, computação gráfica, DNA, considerações legais, finanças, criminalistas, telefones, acústica, sistema de segurança, abuso sexual infantil, psicologia, patologia e consultoria de júri.  Eles tiraram todas as paradas no esforço de bombardear o júri com qualquer concebido fato que pudesse convencê-lo a condenar Michael. Isso incluía contratar os consultores judiciais que ajudaram a promotoria a condenar Timothy McVeigh, Martha Stewart e Scott Peterson.

Ninguém nunca saberá quantas horas de trabalho dos empregados foram gastos pelos gabinetes da promotoria. Muitos julgamentos simulados foram conduzidos, e várias agências de execução, no mundo todo, foram contatadas.  Claro que tudo isso foi pago pelos contribuintes de Santa Bárbara, Califórnia.

Mais membros credenciados da mídia, do mundo inteiro, cobriram esse julgamento, que o número total de jornalistas que cobriu o julgamento de O.J. Simpson e Scott Peterson juntos. Nunca houve tal cobertura de um julgamento antes e provavelmente nunca mais haverá. Infelizmente, acreditava-se que enormes somas de dinheiro seriam feitas com filmes, programas, reconstituições e livros sobre a ascensão e queda de Michael Jackson. Porém, uma condenação era necessária para o sucesso completo de qualquer um desses projetos. Se Michael Jackson fosse enviado à prisão, isso geraria a maior cobertura midiática que qualquer outro evento na história. Bilhões de dólares estavam na balança.

Porque ele é a celebridade mais conhecida do mundo, Michael Jackson atrai um número infinito de “aproveitadores”. Isso inclui advogados e não-advogados. Ele é constantemente sujeitado a conselhos medíocres, de visão limitada de especialistas presunçosos sobre como se defender. As pessoas desejam dizer qualquer coisa que, eles pensam, os impulsionariam para dentro do evento; e lidar com esse mar de tolos era uma distração e um perigo.

Como exemplo, considere o papel da mãe dos acusadores no julgamento. Eu decidi muito cedo que ela seria o principal alvo de nosso ataque. Durante meu discurso de abertura, eu disse ao júri que provaria que a mãe tinha orquestrado aquelas falsas alegações. Tendo-a examinado por três horas em uma audiência prévia, eu sabia que ela seria um desastre para a promotoria durante o interrogatório da defesa Eu informei a todos os membros da defesa de Jackson de que nenhum esforço para dissuadi-la a depor para a promotoria deveria ser tomado.

Eu especialmente proibi todos de denunciá-la para o promotor de Los Angeles, quando eu descobri que ela tinha cometido fraude.  Sob as leis da Califórnia, ela poderia se recusar a testemunhar.

Apesar de minhas claras instruções, certos advogados, nenhum dos quais iriam examinar uma testemunha no julgamento, denunciou-a para as autoridades de Los Angeles. Como eu esperava, ela se recusou a testemunhar e isso fez com que a acusação levasse semanas para convencê-la a tomar posição no caso deles.  Tivesse ela aguentado firme, poderia ter se recusado a dar qualquer testemunho, segundo a Constituição da Califórnia. Isso seria um duro golpe em nossa defesa.

Eu não acredito que os advogados que a denunciaram queriam prejudicar Michael Jackson. Em minha opinião, simplesmente lhes faltavam visão e conhecimento. Eles queriam fazer parte daquele evento e tentaram parecer forte para um cliente vulnerável. Na verdade, eles não tinham nada a ver com o caso.

Felizmente, eu tinha dois excepcionais advogados no meu time: Suzan Yu e Robert Sanger. Embora nós tivéssemos diferentes formações, estilo e perspectiva, formávamos um bom time. Yu e Sanger estavam sempre focados em levar Michael Jackson à absolvição. Eles sabiam que era preciso trabalho de equipe. Não importava as diferenças que tínhamos, nós as resolvíamos de maneira sempre a focar uma vitória. Eu também, regularmente consultava minha querida amiga Jennifer Keller, uma brilhante advogada criminal do sudeste da Califórnia. Esses são os advogados que venceram o caso comigo.

Nós também tínhamos pessoal e assistentes muito profissionais. O investigador, Jesus Castillo e Scott Ross foram excelentes. Nós nos mantivemos longe da mídia e nunca permitimos que a atração do estrelato interrompesse nosso foco de defesa.

Este foi um caso onde tínhamos potenciais distrações por toda parte. Eu tinha observado advogados em outros casos se empolgar com a câmera e, em minha opinião, eles prejudicavam o interesse de seus clientes. Felizmente isso nunca aconteceu com Yu, Sanger e eu.

Eu tenho revisto o livro da senhora Jones e a cumprimento por seus esforços. Para todos que desejam saber o que aconteceu no julgamento de Michael Jackson, este é o livro. Ele explica claramente e detalhadamente por que um inocente e bondoso gênio musical foi absolvido por um júri conservador em Santa Maria, Califórnia. Justiça foi feita e eu estou orgulhoso por ter sido o líder da defesa de Michael Jackson.

 

Thomas Mesereau Jr.

Loas Angeles, Califórnia
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“ABC... IT’s Easy”

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“ABC... IT’s Easy”

 

Este era o dia final do julgamento, um dos maiores vereditos da história mundial e milhares de pessoas estavam lotando as ruas ao redor do tribunal.  A chegada de Michael Jackson era iminente e a polícia tratava as pessoas como se eles estivessem em um campo de concentração nazista, ordenando que todos ficassem atrás da linha, exigindo ordem no caos. Enquanto a mídia ficou do lado de fora da tenda principal de “comando”, esperando para ver quem receberia um acento, as pessoas pareciam exaustas e emocionadas.

Depois de cinco meses cobrindo o caso para todas as redes existentes, o pessoal da mídia não poderia concordar sobre qual tipo de justiça estava sendo oferecida no caso "O povo do estado da Califórnia contra Michael Joe Jackson." Durante a semana em que o júri deliberou, os correspondentes das redes alimentaram o público, com imagens da possível cela de prisão de Jackson. Algumas pessoas esperavam que o popstar não comparecesse ao tribunal, tentando fugir de seu destino.

Era meio dia de segunda feira, treze de junho de 2005, quando a notícia de que o júri tinha checado a um veredito foi dada. A mídia do mundo inteiro foi bombeada para cima e mais pessoas da TV e câmeras-man tinham chegado com novas demandas e novos ângulos de câmeras para decifrar. A massa de fãs de Jackson tinha montado vários acampamentos em volta do tribunal: fãs com filmadoras, fãs com celulares com câmeras filmadoras, fãs com todo tipo de dispositivo tecnológico. As pessoas estavam competindo pela melhor visão de Michael, a melhor foto de Michael, a melhor camiseta de Michael, o melhor pôster de Michael. Era uma loucura.

As pessoas que acamparam em Santa Maria eram de todas as raças, tamanho, físico, cor e idade. Esperando por notícias, havia um frenesi entre os fãs, completada por meia dúzia de imitadores de Jackson e uma mulher que alegava ser “Billie Jean”.  Havia representante, talvez, de metade dos países ao redor do mundo e eles tinham certeza pétrea da inocência de Jackson.

Para os fãs de Jackson que ficavam lá fora todo dia, o julgamento fornecia a rara oportunidade de colocar as diferenças de lado. Pessoas de todas as partes do planeta uniram-se em sua luta por justiça. Eles acreditavam que Michael era uma vítima da mídia e apareceram em massa para apoiá-lo. As pessoas amavam Michael como a um irmão, como um artista, como um ícone, mas para a mídia, os fãs de Jackson pareciam excessivos e excêntricos. Eles eram facilmente dispensados.

Enquanto todo mundo esperava o veredito sair, cada hora que passava parecia uma eternidade. Os fãs estavam ficando impacientes. Quando os portões do tribunal foram abertos para o público, a multidão veio para perto da cerca em direção à barreira policial e alguns ganhadores da loteria foram permitidos atravessar os portões. Eles entraram em silêncio, os trinta e cinco membros do publico, e foram advertidos, revistados e lhes foi dado avisos sobre tumultos. Os vencedores da loteria foram escoltados para dentro por policiais armados. Eles tomaram acento na área destinada ao público, quase não fazendo barulho.

Para cada pessoa lá, a antecipação do veredito tinha crescido consideravelmente. Dos duzentos e vinte e dois membros credenciados da imprensa que cobriam o julgamento, apenas três dúzias estavam dentro do tribunal. Algumas dúzias de produtores assistiram ao veredito de um circuito fechado de TV, situado em uma sala de escuta, isolados dos fãs, mas a maior parte da mídia optou por ficar do lado de fora do tribunal, guardando suas tendas individuais, com seus próprios ancoras prontos para dar as notícias de Jackson.

A mídia continuava procurando por qualquer petisco suculento, qualquer coisa que pudesse deleitar a audiência, mas tudo estava quieto. E como a antecipação mundial do veredicto estava ficando cada fez mais intensa, novos produtores foram, de repente, bombardeados com um crescente número de fãs gritando “Michael é inocente”.

E exatamente neste momento, como que marcado, a família Jackson, completa com Katherine e Joe, Janet e La Toya, Rebbie e os muito famosos irmãos de Michael. Enquanto seus assessores, guarda-costas e sua glamorosa família eram recebidos pelo time de defesa de Michael, uma coisa ficou clara: todas aquelas pessoas juntas ficavam ofuscada por Michael.

Este era Michael, escondido atrás de óculos escuros espelhados e sua tradicional sombrinha, o superstar de todos os superstars. Assim que Michael se aproximou do tribunal, saindo veículo esportivo utilitário dele, os gritos e lágrimas de emoção de todos ao redor dele, fez parecer que toda a terra tinha parado.

Apesar das condições de saúde dele no momento, apesar de tudo que o julgamento tirou dele, Michael não demonstrava isso. Ele deslizou até seu líder de defesa, Thomas Mesereau e, somente antes de caminhar para trás das portas fechadas do tribunal, Michael levantou-se e acenou para os fãs, feliz em vê-los em pleno vigor. Para as pessoas atrás dos portões e ciclones de cerca, que estavam gritando e dando vivas, lá parecia haver uma comunhão. Alguma coisa sobre Michael fazia os corações baterem com força. Todo mundo em sua presença poderia sentir a música. Eles poderiam sentir a dança.

Enquanto isso acontecia, como as últimas pessoas da mídia foram autorizadas a entrar no minúsculo tribunal, sendo advertidos e revistados pelos policiais, no detector de metal, Michael apareceu no corredor, e pela primeira vez durante o processo, o superstar parecia nervoso. O rosto dele parecia tenso. Ele não sorriu. Ele não parecia ser invencível. Naquele momento de vulnerabilidade, as pessoas podiam ver que o julgamento tinha tirado tudo isso de Michael, enfim. Era óbvio que ele queria que aquilo acabasse.

O advogado de Michael depois me confidenciou que o time dele sentia-se confiante de que Jackson seria absolvido de todas as acusações, insistindo em que o tema da prisão não tinha surgido com muita frequência. Tom Mesereau estava inabalável em sua crença de que Michael estava sendo processado por crimes que ele nunca cometeu e a família de Michael e os amigos deles certamente acreditavam nele. Ainda, quando Michael estava no limiar do tribunal por esses poucos segundos, sendo advertido, completamente sozinho, por trás do detector de metal, o superstar parecia assustado.

Dentro do tribunal, havia um júri de oito mulheres e quatro homens, a quem foram apresentados com seiscentas exibições, que testemunharam o que parecia ser uma campanha manchada pelo documentário de Martin Bashir, quem tinha escutado doze anos da história de Jackson, todos estabelecidos pelo promotor de Santa Bárbara, Tom Sneddon. E o time dele tinha apresentado oitenta testemunhas em um uma tentativa de retratar Jackson como um criminoso em série; foi permitido a ele mergulhar de volta na vida de Jackson em uma tentativa de mostrar ao júri um comportamento criminoso.

 Enquanto as pessoas dentro do tribunal aguardaram o veredito do júri, o mundo parecia incrivelmente pequeno. Todos os rostos estavam tensos, todos os olhos estavam focados.  À família Jackson somente foi dado seis acentos no tribunal. E Janet, sendo graciosa, optou por esperar do lado de fora do tribunal durante o procedimento permitindo que os irmãos Randy e Tito, e as irmãs La Toya e Rebbie, sentassem exatamente atrás de Michael.

Onze policiais armados espreitavam ao redor do tribunal, prontos para cuidar de qualquer tumulto, e às duas horas da tarde, o juiz Rodney Melville finalmente começou a abrir os envelopes do veredito. Enquanto cada envelope era aberto, a face do juiz não se alterava. Nenhuma palavra era dita no tribunal, mas algumas juradas tinham lágrimas nos olhos. O tempo parou. Parecia uma eternidade. E então, de repente, a funcionária da corte, Lorna Ray, leu as palavras:

“Acusação Um _conspiração_ inocente.”

“Acusação Dois_ ato obsceno com uma criança_ inocente.”

“Acusação três_ Inocente.”

“Inocente” foram as palavras lidas de novo e de novo, quatorze vezes ao todo. Enquanto o veredito era dado, Katherine, que nunca tinha perdido um dia do julgamento, tinha lágrimas nos olhos.  Tito se esticou e beijou a mãe. O resto da família se abraçou e apertaram uns aos outros. Quando as notícias começaram a surgir, os fãs de Michael soluçaram quietos, nas fileiras do fundo. E a imprensa, a maior parte, ficou perplexa. Eles pareciam realmente muito surpresos por Jackson não ter sido condenado por nenhuma das acusações. Pelas caras, obviamente muitos membros da imprensa contavam ver o superstar posto atrás das grades.

O juiz Rodney Melville, que tinha conduzido este caso com muita dignidade e clareza, quem tinha mantido todo mundo seguro e sólido, quem não tinha tolerado interrupção alguma, agora lia a declaração para o tribunal:

“Nós, o júri, sentindo o peso dos olhos do mundo sobre nós absolutamente e meticulosamente estudamos os testemunhos, evidências, e régras do procedimento apresentado nesta corte desde 31 de janeiro de 2005. Seguindo as instruções para o júri, nós seguramente chegamos ao nosso veredito. É nosso desejo que este caso seja um exemplo de fé na integridade e verdade de nosso sistema judicial.”

Com essas palavras, Michael, atrás da mesa de defesa, retomou sua total serenidade. De algum jeito estranho, Michael parecia ter a aparência de um rei antigo. Havia algo imperial nele. Absolutamente dominante com sua presença, Michael escutou com toda a atenção enquanto a declaração do júri era lida. Com a cabeça erguida o superstar permaneceu imóvel. Somente aqueles que estavam próximos a ele puderam ver uma ligeira lágrima descer pela face de Michael.

“Senhor Jackson, sua fiança foi exonerada e o senhor está livre,” o juiz Rodney Melville disse. E com isso, Michael percebeu que o júri de doze pessoas tinha rejeitado todas as acusações criminais contra ele. O Rei do Pop secou seu rosto com um lenço de papel, abraçando e agradecendo o advogado dele e logo deixou a corte.  Enquanto caminhava para fora do tribunal, passando por Katherine e seus irmãos, ele mostrou um pouco de emoção. Michael flutuou para fora do tribunal, como se eles estivesse no ar e logo tinha desaparecido, como um sopro de fumaça.

Do lado de fora, os fãs de Michael, que tinham escutado o veredito ao vivo pela televisão, que cercava cada centímetro do tribunal, estavam na rua, dançando e ficando selvagens. Uma mulher libertou pombas brancas, outros soltaram balões, outros jogaram confetes, e centenas de pessoas gritavam e choravam lágrimas de alegria. A família Jackson, agora reunida, passou pelos milhares de repórteres do mundo inteiro, que estavam esperando por uma entrevista. Com a mão sobre seu coração, Michael Jackson soprou um beijo para seus fãs, então desapareceu dentro de uma SUV Yukon, preta. Um homem livre.

As pessoas se dispersaram, alguns dos membros da mídia concordavam que tudo tinha sido dito e feito, o julgamento tinha se tornado, ainda, outro obstáculo para o pop star. Um que poderia continuar a prejudicar a carreira dele. O pessoal da mídia começou a fofocar sobre as alegações contra Jackson, focando em boatos detestáveis. Os boatos e insinuações de que tinha milhões de pessoas falando mal do ícone.

Para os fãs, o feio julgamento contra Jackson simplesmente não pareceu justo. Mas para a maioria da mídia, o julgamento de Michael Jackson tinha fornecido grandes oportunidades. A imagem dele era manipulada com uma nova torção todos os dias e notícias sobre o “relacionamento especial” de Michael com crianças foram ad nauseam.

O tribunal da opinião pública compartilhava a mesma atitude de muitos jornalistas. Pessoas estavam certas de que Jackson havia molestado crianças. Assim era para alguns observadores da imprensa, mesmo depois de ele ter sido absolvido. O superstar sempre estaria defendendo sua vida privada.

Muitas pessoas pensavam que a imagem de Jackson tinha sido sacrificada de forma irreparável.

Enquanto a mídia se preparava para a próxima transmissão no caso, muitos se perguntavam se Jackson se recuperaria daquela caça às bruxas. Além do mais, alguns dos membros da imprensa tiveram de admitir que tivessem, involuntariamente, feito parte do esquema da promotoria para reduzir a vida de Jackson a um circo público. Mas em vez de lamentar ter sido parte de um grupo que estava ansioso para arruinar o pop star, muitos jornalistas pareciam se divertir com a queda de Jackson.

Pessoas amavam odiá-lo e enquanto a mídia pudesse perpetuar a imagem de Jackson como um “esquisito” a classificação deles estava certa. Somente depois que o julgamento acabou é que alguns poucos membros da mídia admitiram que os fãs de Jackson riram por último. Durante o julgamento, os fãs dele gritaram para a mídia “Vocês não estão falando a verdade!”

Talvez eles estivessem certos.

Quando uma seleta parte da mídia começou a repensar os cinco meses de julgamento, reexaminando todos os detalhes divulgados sobre a vida pessoal de Michael no tribunal, o pessoal concordou que Jackson foi capaz de suportar um escrutínio a que a maioria das pessoas jamais sobreviveria. Jackson tinha sido lançado ao inferno e tudo sobre a vida dele, com exceção de fotos de suas partes íntimas, foram esparramados diante de Deus, do tribunal, e toda a imprensa do mundo.

Durante todo o tempo, os fãs de Jackson tinham insistido que o pop star tinha sido vítima da ganância de uma família e da raiva de um promotor, mas seus comentários foram completamente ignorados. Além disso, a mídia parecia feliz em noticiar as alegações do promotor, ansiosa por arrastar a imagem de Jackson na lama. No fim, a imprensa faminta não conseguiu ver o que doze cidadãos comuns viram durante todo o tempo: não havia provas de que Michael Jackson tinha cometido crime algum.

Durante todo o julgamento criminal, a mídia foi chamada a recontar os mais sórdidos detalhes, a relatar as mais sujas acusações sendo feitas contra Michael Jackson, muitas das quais foram vendidas aos tablóides muito antes de serem reveladas no tribunal. Mas somente quando o veredito de “inocente” foi lido alto no tribunal, as pessoas perceberam que o ícone que estava diante deles era uma pessoa sendo acusada de atos criminosos, sem que houvesse prova alguma.

De repente, parecia que todo caso contra Jackson tinha sido fumaça e espelhos. Isso aconteceu a membros experientes da imprensa, que o caso contra Michael Jackson era nada além de um escândalo. Mas é claro que nunca mencionaram isso em suas reportagens.

Olhar para Michael no último dia no tribunal foi como olhar para duas pessoas. Havia Michael, o homem, com vida real e então, tudo em volta dele era esta imagem da mídia que as pessoas foram criando, uma versão distorcida de Michael, como um reflexo disforme em uma “casa de espelhos divertida” A mídia estava vendendo uma coisa e eles usavam ângulos específicos de câmera e iluminação para acentuar o nariz dele, as bochechas, a cor da pele. E então, havia o verdadeiro Michael, que era um homem bem vestido, muito culto e que parecia ter um espírito humilde. Pessoalmente, ele era um cara tímido e quieto que não tinha nenhuma relação com o personagem de tablóide.

No dia do veredito, olhando para o rosto dele, a linguagem corporal, e a aura dele, ficou claro que o homem chamado de Rei do Pop, era uma alma bondosa, que tinha se tornado vítima de sua própria fama. Não havia nenhuma arrogância nele. Não havia nada de estranho em seu rosto, nada tão louco em suas roupas, braçadeiras, o que seja. O que era loucura era a mentalidade da mídia que esperava por cortar e fatiar Jackson de todas as formas possíveis. Pessoas estavam fotografando Michael. As pessoas não se importavam em rasgar Michael para triturar.

Michael Jackson se tornou uma ilusão criada pela máquina midiática. Era uma máquina que tinha feito milhões, perpetuando a noção de Jackson como uma aberração. Era uma máquina perigosa que, em última análise, tinha tentado derrubar o ícone e, afinal de contas, foi o esforço da mídia, o documentário de Martin Bashir, que tinha feito um nome de si mesmo à custa da boa vontade de Jackson, que de alguma forma, levaram Michael a enfrentar um processo criminal por causa disso.

Para pessoas como Martin Bashir, com o ataque a Michael Jackson, a carreira na ABC News foi lançada. Bashir tinha prometido falar a verdade sobre Jackson. Bashir usou sua franca reportagem com a princesa Diana para ganhar a total cooperação de Michael. Mas o documentário de Bashir, que foi apresentado na integra no início do julgamento criminal, mais tarde pareceu ser um cruel e manipulativo esforço de um presunçoso jornalista britânico que tinha sido pessoalmente repreendido na Inglaterra por práticas jornalísticas “desonestas”.

Mesmo assim, uma vez que o documentário de Martin Bashir foi transmitido no mundo inteiro, danos irreversíveis foram causados. A absolvição de Jackson não parece importar. Certamente não para a mainstream mídia. Por mais de uma década a mídia tem criado uma indústria em torno da “vida bizarra” de Jackson e porque o documentário de Bashir afirma todas as suspeitas deles, houve pouco interesse em questionar a objetividade do lado de Bashir. Parecia que a maior parte da mídia tinha um enorme interesse em relatar coisas ruins sobre o ícone pop. Coisas ruins geravam dinheiro e ganhavam audiências.

Com Jackson caminhando triunfantemente para fora, a mídia ficou perplexa.

Depois que o veredito foi noticiado, a mídia pegou as barracas e fios, os satélite, acampamentos e seu maquiado e escovado time. A cidade de Santa Maria parecia uma cidade fantasma. A imprensa tabloide procura por sujeira. Alguns tentaram seguir Jackson até o hospital para tirar fotos dele parecendo degradado e doente, mas não tiveram sorte.

Houve algumas reportagens apressadas aos portões de Neverland para mostrar o júbilo dos fãs, mas em análise final, toda a imprensa queria sujeira, toda a imprensa queria o sórdido. Com mais nada malicioso para noticiar, a imprensa foi embora. Para todo mundo que tinha acesso a um microfone, as notícias sobre o julgamento tinham se reduzido a um pequeno ruído.

O dia de pisar o Rei do Pop tinha emperrado.

Quanto ao pessoal da promotoria, eles pareciam desapontados que o tribunal da opinião pública não tivesse levado a uma condenação. Na própria conferencia de imprensa, Tom Sneddon atribuiu a absolvição de Jackson ao “poder de estrela” dele e insistiu que sua perseguição fervorosa a Jackson no julgamento de Santa Maria, não tinha nada a ver com a história dele em relação a Michael Jackson.

A insinuação de Sneddon, de que Michael Jackson tinha sido absolvido por ser um superstar, era proveniente de amargura. A idéia de que o caso criminal teve sucesso, era uma coisa que o promotor e a equipe dele nunca aceitariam. Quando isso aconteceu com Michael Jackson, Sneddon tinha um objetivo específico. O promotor erroneamente acreditava que a cobertura tendenciosa da mídia ajudaria o caso dele, ajudaria a colocar Jackson atrás das grades.

Mas isso não aconteceu.
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“Music And Me”

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 “Music And Me”
 
 

Muito antes de haver um julgamento em Santa Maria, a mídia pareceu ter escolhido lados, condenando Jackson por atos indizíveis baseada nas acusações que estavam enchendo o mundo, por toda a Internet, em todos os tabloides. A maioria dos noticiários parecia deleitar-se com a capa negativa que estava cobrindo o pop star e Jackson pouco poderia fazer sobre isso.
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“Shake It, Shake It, Baby”

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“Shake It, Shake It, Baby”
 
Quando o julgamento de Jackson começou, Michael usando um terno todo branco com uma braçadeira dourada, fez um sinal de vitória para a multidão do lado de fora do tribunal, que o aplaudiu veementemente. Jackson era uma atração muito maior que qualquer outra celebridade cujo nome estava listado como possível testemunha, de Elizabeth Taylor a Macaulay Culkin, de Stevie Wonder a Larry King. A mídia queria ouvir de Jackson, todas as redes de TV assim como todos os principais jornais, a revista People, o New York Times, USA Today, estavam em fila, esperando, brigando por posições entre jornalistas de redes de TV estrangeiras e editoras de todo o globo, na esperança de um comentário de Michael um breve vislumbre de como o superstar estava se sentindo.
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“I Wann Be Where You Are”

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“I Wann Be Where You Are”
 
Na manhã seguinte, Tom Mesereau disse aos jurados que ele provaria a eles, através do testemunho dos empregados e de visitantes de Neverland, que os garotos Arvizos ficaram fora de controle, quando estavam no rancho de Michael. Mesereau queria deixar claro ao júri que a acusação de álcool contra Jackson não sobrevivia sozinha. Ele queria que o júri compreendesse a natureza da acusação: o promotor estava alegando que Michael Jackson tinha dado álcool os menores especificamente com o propósito de molestar a jovem vítima de câncer, Gavin.
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